quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Tire suas dúvidas sobre dieta, academia e tratamentos de beleza


Fique atenta às exigências do seu corpo em cada fase da gravidez

A cada fase da gestação, as exigências do seu corpo mudam. Ficar atenta a elas evita uma série de problemas para você e para o bebê. Por isso, o MinhaVida foi atrás de uma seleção de especialistas que contam o que é indicado fazer a cada trimestre da gestação. São dicas que orientam sua rotina na academia, nos cuidados com a beleza, na manutenção de uma dieta balanceada e até nas visitas ao dentista.
No dermatologista
As mudanças na pele assustam muitas grávidas. Mas não é preciso pânico, porque a maioria delas é passageira. Escurecimento nas axilas e nas virilhas, a formação de uma linha do umbigo até o púbis e a formação de acene são algumas das queixas mais comuns. "Em geral, após o parto, tudo é normalizado sem a necessidade de intervenções médicas", afirma o dermatologista Gilvan Alves, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. De qualquer forma, se você sentir algum incômodo mais intenso, veja como agir em cada fase: 

Primeiro trimestre: nenhum produto químico pode ser usado. E mesmo os hidratantes devem ser específicos para gestantes, evitando complicações. Nem mesmo os cremes à base de uréia têm passe livre, porque podem prejudicar a formação do bebê. 

Segundo trimestre: o uso dos cosméticos tradicionais está liberado, um alívio para quem está acostumada a uma linha de produtos e não sente o mesmo efeito com outras marcas. As mulheres que sofrem com a acne também podem buscar um tratamento mais forte, incluindo o uso de antibióticos tópicos (e não comprimidos, capazes de prejudicar os dentes do bebê). "Mas nada de agir por conta própria ou seguindo a receita da vizinha. Qualquer tratamento precisa de orientação médica personalizada", afirma o dermatologista. 

Terceiro trimestre: as restrições valem apenas para aplicações de peeling, laser e preenchimentos (proibidos, aliás, para todos os noves meses). Cremes à base de ácidos podem ser usados desde que seu dermatologista autorize (em geral, a concentração deles é bem menor do que a empregada num peeling, por exemplo). De qualquer forma o ideal é esperar a criança nascer antes de fazer tratamentos mais fortes, porque a alteração hormonal continua influenciando sua pele e seus cabelos na fase de amamentação. 
Grávida com escova de dentes - Foto: Getty Images
No dentista 
Durante a gravidez, a influência dos hormônios deixa a boca mais suscetível a problemas na gengiva. Casos de inflamação, com sangramentos e inchaço, são comuns. "Além disso, a grávida sente muito enjôo e vomita com freqüência. Sem higienização adequada, aumenta a placa bacteriana", afirma o periodontista Gustavo Morizzi, da Clínica Cir, em Brasília. E a própria gengivite pode trazer outros problemas. Para combatê-la, o organismo lança uma série de substâncias no organismo que podem adiantar o trabalho de parto. 

Como as radiografias são proibidas durante a gestação (os raios podem causar alterações genéticas no bebê), os cuidados preventivos são essenciais. A cada três meses, é preciso visitar o dentista para fazer eventuais restaurações e limpeza no dentes. "Mas sem a aplicação de flúor habitual. No caso da grávida, receitamos um enxagüatório manipulado com concentração de 0,05%. Ela deve fazer bochechos com ele, duas vezes ao dia", diz Gustavo Morizzi. 

Clareamentos dentais são proibidos na gestação por causa dos agentes químicos usados (não se sabe se eles podem prejudicar o bebê) e também por causa das restrições na dieta. Os tratamentos de canal também precisam esperar. "No caso de uma emergência, o nervo inflamado é removido e deixamos o dente com um curativo até o nascimento do bebê", afirma o dentista. Dependendo do caso, o curativo precisa ser trocado a cada 15 dias ou no intervalo de quatro meses. 
Grávida levantando peso - Foto: Getty Images
Na academia 
Antes de decidir seu plano de treino quando a gravidez é confirmada, uma pergunta é fundamental: você já praticava exercícios físicos antes gestação? "Mulheres que estão acostumadas ao esporte têm menos restrições", afirma a personal trainer do MinhaVida, Valéria Alvim. A tendência à formação de varizes e as dores nas costas são problemas amenizados com a prática de exercícios, que também agem no controle do peso. 

Primeiro trimestre: é a fase mais arriscada, em que as chances de um aborto espontâneo são maiores. Se você não treinava antes de engravidar, prefira manter o repouso. Já as mulheres habituadas à prática esportiva podem manter a rotina de treino, desde que mais leve. "Para minhas alunas que correm, indico a caminhada. É melhor evitar qualquer atividade de alto impacto", afirma Valéria Alvim. Os treinos de musculação podem continuar, mas sem pegar muito peso ou fazer movimentos que exigem demais do abdômen, como o leg press. Os agachamentos com o peso do corpo estão permitidos, assim como os abdominais. 

Segundo trimestre: a barriga já começa a aparecer e pode atrapalhar a execução de alguns movimentos. Nas aulas próprias para gestantes, os professores dão ênfase a técnicas de respiração e exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, que ajudam na hora do parto. Uma boa dica para esta fase, em que o centro de equilíbrio está mudando, são as pedaladas na ergométrica. "O exercício é leve e não põe em risco a segurança da grávida, que pode tropeçar na rua na fase de adaptação ao crescimento da barriga". Nuca fez musculação? Então espere o bebê nascer para começar. Alongamentos e yoga são boas opções. 

Terceiro trimestre: nesta fase, os exercícios na água são os mais indicados. Isso porque você não sente o peso do corpo e fica com mais disposição para seguir as aulas. "A flutuação deixa o treino mais fácil e alivia as dores na coluna, queixa muito comum neste período da gestação", diz a personal trainer. 
Gestante comendo salada - Foto: Getty Images
Na nutricionista
Primeiro Trimestre: há mudanças no seu paladar. Pode ocorrer diminuição do apetite provocada por aversão a certos alimentos que causam enjoo, náusea e até vômito. Há também mulheres que apresentam aumento do apetite, relatando desejos inusitados. A progesterona causa menor motilidade intestinal, daí as queixas de intestino preso. Isto, no entanto, favorece a absorção de nutrientes, já que os alimentos ficam expostos mais tempo no intestino (onde ocorre a absorção de nutrientes). 
Ganho de peso: é esperado o ganho de 1,6 Kg para mulheres com peso adequado. 
Calorias: a quantidade de calorias na dieta não precisa ser modificada no primeiro semestre. 
Folato: nas primeiras semanas de gestação, há a formação e fechamento do tubo neural do feto (ele se desenvolverá para formar o cérebro e a medula espinhal). O ácido fólico está envolvido na divisão celular e na síntese protéica. Por isso, a suplementação de ácido fólico deve ser feita no início da gestação, prevenindo a má formação do tubo neural. 
Proteínas: a quantidade de proteínas deve ser aumentada nos três trimestres devido ao crescimento do feto. No primeiro trimestre o aumento é de 1,2 g de proteínas por dia. 
Fibras: deve-se dar prioridade aos alimentos ricos em fibras para minimizar a constipação intestinal. Assim, legumes, frutas, verduras, cereais integrais devem ser incorporados à alimentação. É necessária uma boa ingestão de água. 

Segundo Trimestre: a fase de enjoos já passou, agora você tende a ter mais apetite e precisa controlar a dieta para não fugir do peso esperado para esta fase. 
Ganho de peso: deve ser de 400 gramas por semana para mulheres com peso normal antes da gestação. 
Calorias: a quantidade de calorias é aumentada em 300 Kcal por dia para suprir as necessidades maternas.
Ferro: a necessidade de ferro da gestão duplica, fazendo-se necessária a suplementação. O ferro é fundamental para a transferência de moléculas de oxigênio da mãe para o feto. Alimentos ricos em ferro são as carnes vermelhas e as verduras verde-escuras. 
Proteínas: a necessidade diária é de 6,1 g por dia. 

Terceiro trimestre: a prisão de ventre volta a incomodar. Mas, nesta fase, ela acontece devido à pressão do útero sobre o intestino. 
Calorias: continua a quantidade de 300 kcal diária à mais na dieta.
Ganho de peso: assim como no segundo trimestre, o ganho de peso deve ser de 400 gramas por semana, totalizando o ganho de peso de 11,5 kg durante toda a gestação para mulheres com peso normal. 
Cálcio: ocorre intensa deposição de cálcio no esqueleto do feto. As necessidades desse nutriente estão aumentadas em 50%. Alimentos ricos em cálcio são o leite e seus derivados (queijos, iogurtes). 
Gestante fazendo um brinde com suco de laranja - Foto: Getty Images
Passe longe de bebidas alcoólicas e cigarro
Doses elevadas podem prejudicar o transporte de oxigênio através do cordão umbilical para o feto. O álcool tem elevada absorção, alto valor calórico e é um vasodilatador, atravessando facilmente a barreira placentária. Ele tem efeito tóxico para o feto, podendo levar a abortos espontâneos, prejuízo do crescimento, entre outros. Deve-se evitar o consumo freqüente, restringindo à ingestão ocasional.

A gestante que fuma apresenta menor disponibilidade de nutrientes e redução na capacidade de transportar oxigênio. Esses fatores podem trazer prejuízos para o desenvolvimento adequado do feto além de aumentar o risco de mortalidade do feto. 
Gestante comenedo chocolate - Foto: Getty Images
Modere no consumo de alimentos com gordura e cafeína
A produção de bile é diminuída durante a gestão. Portanto, deve-se evitar alimentos muito gordurosos, prevenindo a má digestão. 

A cafeína atravessa a placenta e pode causar alterações na freqüência cardíaca e respiratória do feto. A ingestão abusiva (10 a 14 xícaras pequenas diárias) de cafeína deve ser evitada. O consumo deve ficar restrito a 2 ou 3 xícaras pequenas de café por dia. Além do café, outras bebidas que contém cafeína (chá, refrigerantes, chocolates) devem ser evitados. 
Fonte: mulher.uol.com.br


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