quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Carinho da mamãe cura dodói.

Quem é que nunca deu um beijinho no machucado do filho dizendo que a dor já ia passar? E quando a mãe improvisa uma milagreira massagem (mesmo sem nunca ter colocado os pés em um curso especializado) quando o pequeno sofre uma pancada na mesa ou jogando futebol? E os poderes bombásticos de um gostoso cafuné quando a criança está de cama? O mais interessante e gratificante é que todos esses artifícios de fato amenizam e muito a dor.
Mamãe e papai dando carinho para sua filha
O bombardeio de carinho na criança nos momentos de dor tem muita força, viu. Isso porque uma área do cérebro é ativada quando se recebe um carinho, liberando descargas elétricas que diminuem a sensação de dor. Demonstrações de afeto geram um efeito de proteção e prazer.
Vamos explicar em uma linguagem mais específica, mas necessária. Crianças consoladas com o carinho ou com a voz da mamãe têm um aumento dos níveis do hormônio ocitocina no organismo. Um artigo americano publicado na Proceedings of the Royal Society B reforçou tal conclusão.
A ocitocina é um hormônio liberado pela hipófise, uma estrutura que fica no cérebro. É um hormônio relacionado, dentre outras coisas, ao contato físico, como um carinho, um abraço ou um beijo.
Quando se recebe um beijinho da mamãe quando se machuca, a hipófise libera a ocitocina. E seus efeitos imediatos são de diminuição da ansiedade e do estresse, que acabam diminuindo a percepção de dor da criança.
Um outro estudo realizado na Universidade de Stanford, nos EUA, também revela que trocas de carinho e de afeto amenizam a dor. As demonstrações de afeto ativam as mesmas áreas do cérebro em que os analgésicos atuam. Para quê um remédio para um simples machucadinho se o beijinho da mamãe sara tudo?
O melhor é que demonstrações de carinho e afeto não são boas só de imediato. As crianças levam isso para a vida toda. O vínculo consistente entre mamãe e bebê não apenas diminui o estresse da criança como também a ajuda a desenvolver recursos que a auxiliarão em suas interações sociais e na vida de maneira geral.
Carinho é gostoso, faz bem e é retribuído de milhões de outras formas. Uma mãe presente na vida de uma criança é a coisa mais valiosa para o pequeno. Quando isso infelizmente não é possível, o pai, os irmãos e avós podem suprir essa importante figura na vida do ser humano.
O colo da mamãe alivia a dor

Bebê sofre mesmo quando está com a saúde plena. O pequeno leva picada da seringa da vacinação, depois leva outra picadinha quando faz coleta de exames laboratoriais, às vezes na veia. Imagine só aqueles bebês que precisam mais do que apenas as vacinas e os exames de rotina.
Saiba que a dor, infelizmente, faz parte do processo para o bebê ficar bem. Mas agora a boa notícia.
Um estudo orientado por Ruth Gunsburg, professora do Departamento de Pediatria da Unifesp, constatou que um colinho de mãe em conjunto com solução glicosada a 25% (água com açúcar) pode diminuir a sensação de dor que o bebê sente nas intervenções doloridas.
Os indicadores de dor avaliados foram a mímica facial, frequência cardíaca e saturação de oxigenação e também foi avaliado o tempo de duração desses sintomas.
Para chegar à conclusão de que o colo da mamãe faz diferença, foram estudados quatro grupo de bebês quando estes tomaram a vacinação contra a hepatite B.
No primeiro grupo, foi oferecido à criança apenas a solução glicosada. No segundo, foi pedido para que as mães ficassem em contato direto com o seu filho na vacinação. Já o terceiro grupo foi beneficiado com os dois procedimentos: solução glicosada e colo de mãe. O último foi o grupo controle onde foi realizada somente a vacinação.
A explicação para a solução glicosada diminuir a sensação de dor é que a estimulação do paladar libera substâncias calmantes. O contato pele a pele com a mãe diminuiu a duração de resposta à dor e atenuou a experiência dolorosa.
Quero colo - Os efeitos benéficos no contato pele a pele com a mãe não têm uma explicação comprovada. Pode ser a liberação de substâncias calmante, conforme estimulação sensorial múltipla como ocorre entre mãe e bebê (o toque, o cheiro da mãe e o fato de o bebê neonato escutar os batimentos cardíacos maternos).
Esses elementos podem bloquear a chegada do estímulo da dor ao sistema nervoso central. A ciência ainda não achou a definição definitiva dos benefícios do colo, mas qual bebê que não resiste a um colinho aconchegante, com altas doses de carinho e afeto?
Dicas
Sempre que puder, esteja presente quando seu bebê tiver que passar por algum procedimento dolorido. Seja forte e lembre-se de que isso reduzirá a dor que o pequeno sentirá.
Não deixe de realizar procedimentos em seu bebê só porque é doloroso. Mesmo sendo doloroso é para o bem do seu filho.
Antes de qualquer procedimento, explique para seu filho o que irá acontecer e que vai estar com ele, mesmo que ache que ainda não entenda.

http://guiadobebe.uol.com.br/carinho-da-mamae-cura-dodoi/

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